O estado do Espírito Santo passa por uma nova fase de oportunidades e desafios. Para o período de 2019 a 2023 estão previstos projetos superiores a R$ 52 bilhões nos diferentes setores da economia, sendo cerca de 60% em petróleo e gás, principalmente em campos offshore e onshore. Os investimentos no mar, de valor mais elevado, têm ciclo longo, cerca de quatro anos, enquanto em terra o ciclo é menor, de quatro semanas, com valores que representam menos de 2%, para exploração e produção.
Com objetivo de conhecer as tendências tecnológicas e avaliar a competitividade das empresas capixabas, uma comitiva de empresários participou da OTC-Offshore Technology Conference, na cidade americana Houston, no Texas, um dos maiores eventos do setor no mundo, com presença das principais operadoras, afretadoras, detentores de tecnologia, fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços, com 1.800 expositores dos diferentes continentes.
Foi possível observar que o momento para o setor é animador , existindo oportunidades para todos. Entretanto constatou-se que o Brasil, sétimo maior consumidor de derivados de petróleo e possuindo a 15ª reserva de óleo do mundo, não dispõe de tecnologia e empresas para aproveitar os investimentos previstos, que somam cerca de R$ 1 trilhão até 2027, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Isso representa um grande desafio. Precisamos atuar rapidamente para transformar essas oportunidades em negócios e empregos de qualidade . É necessário, por exemplo, mostrar ao empresariado local essas oportunidades e motivá-los a participar, atuando em parceria ou fazendo, numa fase inicial, fornecimentos na cadeia de abastecimento de empresas tradicionais, nacionais ou multinacionais que trabalham no país.
No Estado temos exemplos de sucesso nos setores de mineração, siderurgia e celulose. Foram dadas oportunidades e as empresas locais evoluíram e são referências no mercado nacional.
Dentro desse contexto, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, coordenado pela Findes e trabalhando em conjunto com o Governo do Estado, Petrobras, Equinor, Shell e Prysmian, e participação de cerca de 460 empresas locais, está realizando diversas ações, com presença nos principais eventos no país, como as feiras Rio Oil & Gás, Brasil Offshore, em Macaé, e Expomafe, em São Paulo; promovendo cursos de especialização em óleo e gás, seminários, encontro de negócios e estimulando a inovação de produtos e serviços.
Precisamos promover um maior intercâmbio entre a academia e as empresas. Há uma necessidade das universidades trabalharem mais o aspecto do empreendedorismo, mostrando aos alunos que podem ser os próprios donos dos negócios, apresentando soluções inovadoras que venham aumentar a produtividade e diminuir custos.
Na ES Oil & Gás e MecShow , que serão realizadas em agosto, em parceria com SENAI, SEBRAE, entre outras entidades, e apoio da operadoras que atuam no estado, estarão sendo apresentadas as principais demandas e, também, tecnologias de ponta, visando estimular o empresariado local e aos empreendedores essas oportunidades.