MECSHOW ON: sua importância para o setor Metalmecânico do ES

Foto/Divulgação: https://www.mecshow.com.br/a-feira/apresentacao/

A pandemia decorrente da COVID 19 e as perdas ocasionadas à sociedade, em especial às pessoas, levou as empresas a pensarem e trabalharem de forma diferente, com destaque para os trabalhos em casa, na forma de realizarem eventos e promoverem seus bens e serviços.

Dentro de desse contexto, a MEC SHOW, Feira da Metalmecânica e Inovação, promovida, desde 2008, pelo Sindifer – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo e CDMEC – Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico, em parceria com a Milanez & Milaneze, uma empresa do grupo VeronaFiere, se modificou, transformando-se na Indústria Summit/MECSHOW ON.

A MECSHOW conta com apoio da FINDES – Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo, SEBRAE-ES e Governo do Estado, por meio da SECTIDES – Secretaria de Estado de Inovação e Desenvolvimento Econômico.

A feira, reconhecida nacionalmente como uma das mais importantes dos setores metalmecânico e de petróleo e gás, se fortalece no mercado ano a ano e se consagra como espaço voltado para a apresentação de novidades tecnológicas e networking, contando com a presença dos principais investidores, fornecedores, compradores e detentores de tecnologia do país.

A MEC SHOW ON visa conectar os atores da indústria capixaba e proporcionar a interação entre os fornecedores e compradores, além de promover a atualização, com conteúdo inovadores e relevantes, através de seminários, workshop e encontros virtuais de negócios com foco nos setores de mineração, siderurgia, papel e celulose, petróleo e gás e infraestrutura.

Em 2021 foram realizados seis eventos virtuais, no período de junho a outubro, com 753 participantes e 4.083 visualizações, com uma avaliação de 95%. Foram eventos de alto nível com a participação de diretores e executivos da AMT, Vale, Suzano, Petrobras, ECO 101, Imetame Portos, Aegea, ATP – Agência de Terminais Portuários Privados, ANP-Agência Nacional de Petróleo e ABPIP – Agência Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo, entre outras.

Deve-se destacar as discussões de cenários e tendências de cada setor, visando os mercados local e nacional, facilitando o conhecimento pelos fornecedores de quais os caminhos devem procurar para identificar tecnologias e parceiros para ter sucesso com a perenização dos seus negócios.

Foram também debatidos os investimentos de curto prazo relacionando as oportunidades para as empresas locais e como fazer para alcançá-las, sendo realizadas rodadas de negócios pela equipe do SEBRAE/ES.

O resultado da MECSHOW ON atingiu os objetivos propostos, atendendo aquilo que as entidades de classe e empresários esperam: aproximação com investidores, novas tecnologias e oportunidades de negócios importantes para o crescimento sustentável de todos.

Leia mais

Empreender é necessário

O estado do Espírito Santo passa por uma nova fase de oportunidades e desafios. Para o período de 2019 a 2023 estão previstos projetos superiores a R$ 52 bilhões nos diferentes setores da economia, sendo cerca de 60% em petróleo e gás, principalmente em campos offshore e onshore. Os investimentos no mar, de valor mais elevado, têm ciclo longo, cerca de quatro anos, enquanto em terra o ciclo é menor, de quatro semanas, com valores que representam menos de 2%, para exploração e produção.

Com objetivo de conhecer as tendências tecnológicas e avaliar a competitividade das empresas capixabas, uma comitiva de empresários participou da OTC-Offshore Technology Conference, na cidade americana Houston, no Texas, um dos maiores eventos do setor no mundo, com presença das principais operadoras, afretadoras, detentores de tecnologia, fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços, com 1.800 expositores dos diferentes continentes.

Foi possível observar que o momento para o setor  é animador , existindo oportunidades para todos. Entretanto constatou-se que o Brasil, sétimo maior consumidor de derivados de petróleo e possuindo a 15ª reserva de óleo do mundo, não dispõe de tecnologia e empresas para aproveitar os investimentos previstos, que somam cerca de R$ 1 trilhão até 2027, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Isso representa um grande desafio. Precisamos atuar rapidamente para transformar essas oportunidades em negócios e empregos de qualidade .  É necessário, por exemplo, mostrar ao empresariado local essas oportunidades e motivá-los a participar, atuando em parceria ou fazendo, numa fase inicial, fornecimentos na cadeia de abastecimento de empresas tradicionais, nacionais ou multinacionais que trabalham no país.

No Estado temos exemplos de sucesso nos setores de mineração, siderurgia e celulose. Foram dadas oportunidades e as empresas locais evoluíram e são referências no mercado nacional.

Dentro desse contexto, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, coordenado pela Findes e trabalhando em conjunto com o Governo do Estado, Petrobras, Equinor, Shell e Prysmian, e participação de cerca de 460 empresas locais, está realizando diversas ações, com presença nos principais eventos no país, como as feiras Rio Oil & Gás, Brasil Offshore, em Macaé, e Expomafe, em São Paulo; promovendo cursos de especialização em óleo e gás, seminários, encontro de negócios e  estimulando a inovação de produtos e serviços.

Precisamos promover um maior intercâmbio entre a academia e as empresas. Há uma necessidade das universidades trabalharem mais o aspecto do empreendedorismo, mostrando aos alunos que podem ser os próprios donos dos negócios, apresentando soluções inovadoras que venham aumentar a produtividade e diminuir custos.

Na ES Oil & Gás e MecShow  , que serão realizadas em agosto, em parceria com SENAI, SEBRAE, entre outras entidades, e apoio da operadoras que atuam no estado, estarão sendo apresentadas as principais demandas e, também, tecnologias de ponta, visando estimular o empresariado local e aos empreendedores essas oportunidades.

Leia mais

A industrialização capixaba

Foto: John Perry/Pixabay.

A história da industrialização no Espírito Santo remonta ao início do século XX, com as primeiras indústrias instaladas no município de Cachoeiro de Itapemirim. A partir dos anos 50, o ainda embrionário estágio de industrialização capixaba se desenvolveu devido ao papel desempenhado pelos setores metalmecânico, siderúrgico e metalúrgico em grandes projetos realizados no estado. Esse arranjo veio a ser um dos mais importantes na economia capixaba até os dias atuais.

Atualmente, o arranjo produtivo local congrega seis segmentos. Temos o metalomecânico com empresas capacitadas na produção de componentes e equipamentos para atender às grandes indústrias, a mineração representado no estado por Vale e Samarco e a siderurgia, constituído por ArcelorMittal Tubarão e Simec, que posicionam o Espírito Santo como o terceiro maior produtor de aço do Brasil. Há ainda os segmentos de serviços e fabricantes de máquinas que vêm ampliando sua participação no fornecimento local, a celulose com a Suzano, que é referência em competitividade mundial e, por último, o de petróleo e gás com a presença da Petrobras e Shell, responsáveis pela produção de cerca de 350 mil barris por dia, o que posiciona o estado como o terceiro maior produtor do país.

O CDMEC aliado à Findes, Sindifer, Sinduscon, Sindicopes e Sebrae se empenhou para promover as atividades do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) criado em 1995 com o objetivo de fomentar o desenvolvimento das empresas locais que compõem o arranjo, esforço que resultou numa mudança na cadeia de abastecimento dos grandes projetos, ampliando o fornecimento local de 8% para mais de 65%.

Com mais de 30 anos de história, o CDMEC se dedica hoje a ações voltadas à tecnologia e inovação para desenvolver as empresas e torná-las mais competitivas em âmbito nacional. Com a parceria de Vale e ArcelorMittal, foram realizados os Workshops “Desafios e Demandas de Inovação” com mais uma etapa prevista para este ano. Em 2019, foi aprovado o projeto “Aceleração da Inovação Tecnológica nos Setores Metalmecânico e Petróleo e Gás” através do fundo FUNCITEC/MCI, uma realização do grupo de trabalho intitulado “Metalmecânico e Petróleo e Gás”, que é composto por entidades como FAPES, IFES, SENAI, UFES, UVV e liderado pelo CDMEC.

Segundo o FCP&G – Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, há investimentos previstos para o estado na ordem de 50 bilhões de reais até 2023, dos quais aproximadamente 58% serão destinados ao setor de petróleo e gás. De olho nestes investimentos, o CDMEC tem como aliado o FCP&G para trabalhar no desenvolvimento das empresas capixabas, onde o consultor Vinicius Chagas representa o CDMEC como coordenador do Grupo de Trabalho de Demandas Tecnológicas, o GT02.

O Espírito Santo mostra o vigor de suas empresas. Temos evoluído muito mas certamente a união nos fará ainda mais fortes.

 

The industrialization of Espírito Santo

The history of industrialization in Espírito Santo dates back to the beginning of the 20th century, with the first industries installed in the municipality of Cachoeiro de Itapemirim. Starting from the 1950s, the industrialization in Espírito Santo, which was then still in its early stages, was developed due to large projects carried out in the State in the metalomechanical, steel, and metallurgical sectors. This arrangement came to be one of the most important for the economy of Espírito Santo until today.

Today, the productive arrangement of the metalomechanical sector comprises six segments. Metallurgy, with companies qualified in the production of components and equipment that service major industries; Mining, represented in the State by Vale and Samarco; Steel, made up of ArcelorMittal Tubarão and Simec, which made Espírito Santo the third largest steel producer in Brazil. There are also the Services and Machinery Manufacturers segments, which have been continuously expanding their participation in offering supplies to major industries; Cellulose, represented by Fibria, which is a world reference in competitiveness; and, lastly, Oil and Gas, with Petrobras and Shell responsible for the production of about 400,000 barrels per day, positioning the state as the third largest oil producer in the country. CDMEC, allied to Findes, Sindifer, Sinduscon, Sindicopes and Sebrae, strove to promote the activities of the PDF (Supplier Development Program), created in 1995 with the objective of boost development for the local companies that compose the productive chain, effort that resulted in a change in the supply chain for large projects, with local supply jumping from 8% to over 65%.

With more than 30 years of history, CDMEC dedicates today to actions regarding to technology and innovation, to develop companies and make them more competitive at national level. In partnership with Vale e ArcelorMittal, the “Innovation Challenges and Demands” Workshops were carried out, with one more stage scheduled for this year. In 2019, the project “Acceleration of Metalomechanical and Oil&Gas Technological Innovation” through the FUNCITEC/MCI fund, a realization of the work group entitled “Metalomechanical and Oil&Gas”, which is integrated by entities such as Fapes, IFES, SENAI, UFES, UVV and leaded by CDMEC. There are investments planned for the state around R$ 50 billion until 2023, of which approximately 58% are destined to Oil&Gas sector. Looking forward these investments, CDMEC allied to Fórum Capixaba de Petróleo e Gás in order to work in the development of the capixaba companies, where the Consultant Vinicius Chagas represents CDMEC as coordinator of the Working Group on technological demands, the Working Group GT02.

 Espírito Santo is gradually showing the strengths of its companies. We have come a long way, but we believe that unity will enable us to go even further.

Leia mais

Petróleo e Gás: cenários, oportunidades e desafios

Imagem: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/sustentabilidade/industria-de-petroleo-e-gas-investe-nos-objetivos-do-desenvolvimento-sustentavel

O Espírito Santo, como o segundo maior produtor de Petróleo do país, atrai oportunidades e investimentos, mas também assume responsabilidades e desafios

Dados da AbesPetro demonstram que o setor de petróleo e gás responde por 13% do PIB brasileiro. Trata-se de uma indústria extremamente importante para o Brasil, responsável pela geração de milhares de empregos e pela injeção de bilhões de reais em investimentos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o Brasil é o 10º produtor mundial de petróleo e o maior produtor da América Latina, possui a 15ª maior reserva de petróleo e é o 7º maior mercado consumidor do planeta.

O Espírito Santo é o 2º maior produtor de petróleo e 4º maior produtor de gás do país. O aumento da produção teve influência direta das descobertas do pré-sal, cuja produção teve início no ano de 2008, no campo de Jubarte.

O Estado dispõe de uma cadeia de abastecimento de petróleo e gás capacitada e competitiva, destacando o Estaleiro Jurong e a fábrica de módulos da Imetame, em Aracruz, as fábricas de tubos flexíveis da TechnipFMC, em Vitória, e a de cabos flexíveis da Prysmian, em Vila Velha, além de diversos prestadores de serviços especializados.

O Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), coordenado pela FINDES com participação da Petrobras, Shell, Equinor, Prysmian e Governo do Estado, vem desempenhando um papel importante para no Espírito Santo: desenvolver empresas, atrair investimentos e promover negócios. Em 2018, o FCP&G identificou 349 empresas na cadeia produtiva de petróleo e gás, ampliando a participação delas no setor, trabalhando na integração com entidades de classe e instituições de ensino, na aproximação com players e operadoras e divulgando o Espírito Santo e suas competências.

Para os próximos 5 anos, estão previstos investimentos superiores a 45 bilhões de reais em atividades de exploração e produção tanto no mar como em terra.  Estão em estudos diversos projetos de agregação de valor ao óleo e gás, destacando o projeto Gás para Crescer, a implantação de mini refinaria para petróleo e a constituição da companhia de gás no estado.

No Espírito Santo, além da Petrobrás e da Shell, atuam outras operadoras como a Equinor, Perenco Brasil, Cowan Petróleo e Gás, Petrosynergy, Central Resources, Vipetro, Imetame Energia, Ubuntu e IPI, sendo as 4 últimas empresas capixabas.

Leia mais

Oportunidades existem!

Parque industrial de uma das fábricas da Aracruz Celulose da empresa Fibria (Divulgação/VEJA).

O Espirito Santo receberá, no período de 2017 a 2021, investimentos superiores a 60 bilhões de reais para instalação de novos projetos e manutenção dos existentes, sendo que mais de 70% será aplicado nos setores de petróleo e gás e indústria naval.

Somente a Petrobras investirá, entre 2017 e 2020, cerca de 32 bilhões de reais, valor 45% superior ao investido entre os anos de 2012 e 2016. A Shell investirá 5 bilhões de reais na exploração de petróleo e gás. Outros grandes projetos previstos são o Porto Central em Presidente Kennedy (parceria com Porto de Roterdam, na Holanda) e o porto da Imetame, em Aracruz. Os dois, juntos, mudarão o perfil da área portuária do Espírito Santo, colocando-nos em condições de receber todo o tipo de navios de carga.

As grandes empresas instaladas – como ArcelorMittal Tubarão, Vale, Petrobras, Samarco, Fibria e WEG – compram para operação mais de 1 bilhão de reais por ano, entre bens e serviços, que demandam todos os setores da economia que compõem a cadeia de abastecimento. Elas demandam fornecedores de fabricação de equipamentos e componentes mecânicos, de serviços de manutenção industrial, engenharia e gerenciamento de projetos, meio ambiente, tecnologia da informação, transporte de pessoas e de cargas, gráficas, lavanderia industrial, limpeza industrial, segurança, consultoria contábil, jurídica e empresarial, entre outras.

As empresas capixabas que investiram em conhecimento, gestão e inovação estão conseguindo atravessar o momento difícil pelo qual passa a economia. Atualmente mais de 50% do faturamento dos fornecedores de bens e serviços decorrem de contratos realizados em outros estados brasileiros. Entretanto verifica-se que existe muito a conquistar, em especial no mercado interno. É necessário conhecer, em detalhes, o que as grandes empresas compram ou pretendem comprar e investir. Os fornecedores locais já demonstraram que, quando é dada a oportunidade, eles procuram parcerias, se capacitam e participam em igualdade de condições com qualquer outra empresa nacional ou internacional. Um esforço nesse sentido foi iniciado com o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás junto a Petrobras e o Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico, em parceria com a ArcelorMittal Tubarão. Esse trabalho precisa ser aprofundado e estendido às outras grandes empresas investidoras.

Na 10ª edição da MEC SHOW, feira do setor metalomecânico e do petróleo, que será realizada em julho, esses assuntos serão debatidos com objetivo de mostrar a competência local e buscar novos dados e informações desses investidores. Já estão confirmadas as presenças de empresas de outros países como Canadá, México, Argentina e Colômbia, além de representação das principais entidades dos setores de petróleo e gás, metalurgia e mecânica, e de instituições de ensino.

O Espírito Santo ocupa somente 0,5% da área do território brasileiro e tem 1,9% da população, ou seja, precisamos aproveitar o mercado das grandes empresas aqui instaladas para desenvolver novos produtos e procurar novos mercados, no Brasil e no exterior. Para isso é essencial investir em educação, estimular o empreendedorismo, criar a cultura da inovação nas escolas e fornecedores, melhorar a gestão das empresas e praticar o associativismo, na certeza que juntos faremos o Espírito Santo ainda melhor, propiciando desenvolvimento com qualidade de vida para toda sociedade. As oportunidades existem.

Leia mais

Chega de sofrimento!

Jeferson Roccio/Divulgação.

Após 1 ano e cinco meses do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, já sabemos muito mais sobre os prejuízos causados às comunidades em Minas Gerais e no Espírito Santo. Entretanto, o impacto social causado pela paralisação das operações da empresa à economia capixaba e, consequentemente, a milhares de famílias do sul do estado também são evidentes e tendem a se agravar ainda mais se a Samarco não voltar a funcionar neste ano.

 

A falta de repasse dos impostos gerados pela não operação da Samarco começará a ser sentida duramente a partir de 2018 pelos municípios de Anchieta, Mariana e Ouro Preto. A Prefeitura da cidade capixaba, local onde a empresa opera há quase quatro décadas, já calcula uma queda de 60% na sua arrecadação a partir do próximo ano.

 

O impacto da paralisação da mineradora no Espírito Santo pode ser comprovado pela recente divulgação do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) acerca do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, que registra queda de mais de 12% ao fazer a comparação com o ano de 2015. Além disso, análise recente do mesmo instituto também apontou queda de 18,8% na produção industrial capixaba, puxado principalmente pela redução de 31% da indústria extrativa, setor que engloba a produção da Samarco.

 

Desde o rompimento da barragem acompanhei de perto a agonia da economia do sul do estado. Acompanhado de empresários do Espírito Santo fui inúmeras vezes a Minas Gerais para reuniões, audiências e debates sobre o tema, sempre com o intuito de mostrar a importância de que a Samarco retome suas operações.

 

Atualmente encontra-se em andamento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) um processo de licenciamento para que a Samarco disponha os rejeitos gerados em seu processo produtivo em uma cava chamada Alegria Sul, localizada no Complexo de Germano, em Mariana. Esse processo já passou pelas etapas de audiências públicas que foram realizadas em dezembro do ano passado, em Minas Gerais.

 

Além do licenciamento da cava de Alegria Sul a mineradora também precisa cumprir as etapas de um Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano que teve todas as licenças suspensas em outubro do ano passado. O entrave, neste momento, é a prefeitura de Santa Bárbara, um município de cerca de 28 mil habitantes, onde a Samarco captava água de um rio para alimentar o seu processo produtivo desde 2014. A carta de conformidade da Prefeitura de Santa Bárbara é imprescindível para que a Samarco protocole o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Loc e dê início a esse licenciamento. As prefeituras dos municípios de Ouro Preto, Mariana, Matipó e Catas Altas já concederam suas respectivas cartas de conformidade.

 

Sigo confiante de que veremos as usinas da unidade de Ubu operando novamente. Sabemos que os impactos causados pelo rompimento foram imensos, vidas foram perdidas e isso nunca pode ser esquecido. Entretanto, também sou da opinião de que a  mineradora arque com os prejuízos socioeconômicos e ambientais causados aos dois estados e que volte a operar cumprindo com todas as suas obrigações e interrompa uma segunda tragédia social vinculada ao desemprego e à falta de perspectivas de trabalho e renda não só diretamente em suas atividades como em toda a cadeia ligada ao seu negócio.

Leia mais

Retomar é preciso

Crédito: Jefferson Rocio/Samarco.

O acidente ocorrido dia 5.11.2015, na barragem de Fundão, em Mariana, MG, de propriedade da Samarco foi grave, de proporção nunca vista no setor mineral brasileiro. Dezenove vidas foram perdidas e 40 milhões de metros cúbicos de lama foram carreadas para o Rio Doce. Desse total de lama, 20 milhões ficaram retidos na barragem da hidroelétrica de Candonga, no município de Rio Doce, e o restante foi espalhada na extensão do rio chegando até ao mar, em Regência, município de Linhares, Espírito Santo.

O prejuízo é enorme: perdas de vidas e residências, impactos na pesca, agricultura, turismo, entre outros. Ao todo foram 39 municípios impactados: 34 em Minas Gerais e 5 no Espírito Santo, sendo que diversos tiveram o abastecimento d´água afetado.

A Samarco, imediatamente após o acidente, tem feito esforço para minimizar esse impacto. No dia dois de março de 2016 assinou um Termo de Transação e de Ajuste de Conduta (TTAC) com as mais diferentes entidades e instituições públicas, envolvendo o Governo Federal e autoridades dos dois estados, incluindo 42 programas com ações socioeconômicas e socioambientais, que deverão ser executadas visando trabalhar a recuperação das áreas impactadas nos diferentes aspectos.

No dia dois de agosto de 2016, conforme previsto no TTAC, iniciou a operação da Fundação Renova, uma organização não governamental que deve trabalhar a governança e gestão dos programas.

Entendendo que o acidente deve ser reparado legalmente mas, também, verificando que a empresa precisa retomar suas operações, um grupo de empresários do sul do estado do ES, em parceria com o Sindifer, CDMEC, Sinduscon-ES e Sindicopes, com apoio do Governo do Estado, da ONG ES em Ação, CREA-ES, Messes e entidades de Anchieta, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, tem trabalhado para que as unidades de pelotização no município de Anchieta, Espírito Santo, voltem a funcionar.

Dentro dessa filosofia fomos a Brasília e Minas Gerais, onde participamos de reuniões e audiências públicas mostrando ao poder público e sociedade em geral o que a Samarco fez desde sua fundação até 2015, com diversas ações que contribuíram para o crescimento do estado e a importância da mesma para nossa economia.

No ano de 2016, no estado, foram perdidas cerca de 40 mil vagas de empregos formais, representando uma diminuição de 6% do efetivo, sendo que grande parte decorrente da paralização da Samarco, que representa mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. No município de Anchieta o desemprego no setor privado é da ordem de 30%, devida a paralização das atividades das empresas da indústria, serviços e comércio.

A contribuição da Samarco para o PIB do Espírito Santo é de 6%, tendo contribuído com 50% do resultado negativo que o estado teve em 2016, que será fortemente sentido pelos municípios da região sul em 2018, quando ocorre a distribuição dos valores arrecadados.

A volta da Samarco depende da anuência da Prefeitura de Santa Barbara, Minas Gerais, onde a empresa retira a água que precisa para operar a mina. O apoio de todos é importante para o retorno da empresa evitando que o prejuízo social, decorrente do desemprego, seja maior que o prejuízo ambiental ocorrido.

Leia mais

Setor Metalmecânico: inovar é necessário e urgente

Disponível em: https://avozdaserra.com.br/noticias/estado-regulamenta-lei-que-incentiva-o-setor-metal-mecanico

O setor metalmecânico capixaba, nos últimos 25 anos, teve um crescimento acentuado, decorrente das oportunidades nos investimentos realizados no estado nos setores de mineração, siderurgia, celulose e petróleo e gás. O fornecimento local passou de 8% para 60%, as empresas se tornaram referência em vários segmentos, realizando fornecimentos para diferentes clientes em diversos estados brasileiros.

Esse resultado é fruto de um trabalho conjunto entre a iniciativa privada e o governo estadual, devendo destacar as ações dos programas PDF e PRODFOR, trabalhando na melhoria do ambiente de negócios, certificação e promoção das empresas e qualificação dos trabalhadores.

O Governo do Estado com seus programas de incentivos e benefícios, destacando o INVEST e COMPETE, propiciou o crescimento das empresas existentes e a atração de empresas de outros estados que vieram e aqui se instalaram, desenvolveram e se integraram ao setor.

Atualmente o setor é constituído por cerca de 1.300 empresas que empregam mais de 25 mil trabalhadores com faturamento anual superior a oito bilhões de reais, sendo que mais de 50% desse valor oriundo de fornecimentos realizados para outros estados.

Entretanto, apesar dessas conquistas, observamos que no ranking geral de competitividade entre os estados brasileiros – avaliação do MBC-Movimento Brasil Competitivo – o Espírito Santo encontra-se em 6º lugar, estando acima da média em nove dos dez dos quesitos avaliados, sendo inovação o único item que ficou abaixo, perdendo para estados com menor expressão industrial, comercial e social.

Considerando também o aumento da produtividade em nível global com o advento da revolução tecnológica aplicada à indústria, a estratégia de inovar surge como o melhor caminho. Para isso é importante que o empresário invista em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como fizeram Noruega e Singapura. Nesses países, os empresários aplicam cerca de 10% da receita em inovação, tratando esse item como investimento e não custo.

Para mudar essa cultura empresarial é importante o papel do governo com incentivos à inovação, com a criação de parques tecnológicos, disponibilização de recursos e/ou incentivos fiscais, que visam a criar condições favoráveis e impulsionar a competitividade. Importante a integração empresa-academia, propiciando a utilização de pesquisadores e laboratórios, que podem amparar os trabalhos das empresas. No estado é importante destacar o papel da FAPES-Fundação de Amparo à Pesquisa que tem se empenhado em atuar junto à iniciativa privada na busca de soluções que atendam ao mercado.

O Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico – CDMEC, procurando reduzir esses riscos, atua como facilitador para fomentar a cultura de inovação e auxiliar as empresas nesse caminho. Em novembro de 2016, em parceria com Sindifer e a ArcelorMittal Tubarão, foi realizado um workshop lançando desafios de inovação para as empresas capixabas do setor, independentemente de seu porte, o que permitiu às pequenas e médias competirem em igualdade com as grandes. Foi surpreendente o resultado, surgindo empresas com soluções inovadoras que estão desenvolvendo as propostas supervisionadas pela entidade.

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, o CDMEC realizou um diagnóstico sobre a inovação no setor, visitou mais de 50 empresas, com excelente receptividade. O resultado mostrou que 43% investem mais que 5% de seu faturamento em inovação. Identificou que, uma a cada três empresas, possui mais de 20% de sua receita proveniente de produtos ou serviços desenvolvidos nos últimos três anos.

O mundo está mudando muito rápido e a empresa que quiser crescer e perpetuar precisa investir em inovação. É necessário que haja uma quebra de paradigmas e criar soluções para o mercado, lembrando o cientista britânico Charles Darwin (1809-1882): “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.

Leia mais

É importante continuar

Planta de pelotização da Samarco, em Ubu, em Anchieta. Foto: Jefferson Rocio.

A Região Sul capixaba possui um papel importante para o desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo. Em seu território a economia se destaca em seus diversos setores.

Em Anchieta, município litorâneo, está localizada a unidade industrial da Samarco no estado, composta por quatro plantas de pelotização de minério de ferro com capacidade de produção de 30,5 milhões de toneladas por ano, responsável por cerca de 7% da produção mundial, e um porto privado, sendo a maior empresa exportadora do Espírito Santo e a 10ª do Brasil.

Anchieta é a quinta maior economia do Estado, com um PIB da ordem de quatro bilhões de reais, representando em 2012, 3,5% da economia capixaba. Também possui o 2º maior PIB per capita do estado e o 7º do Brasil, equivalente a 207 mil reais por habitante.

A Samarco iniciou suas operações no estado em 1977, sendo responsável pela grande alavancagem socioeconômica da região sul. No período de 2002 a 2012, enquanto o PIB do Espírito Santo cresceu 336%, no município de Anchieta teve um aumento de 997%. O estoque de emprego formal do estado, no mesmo período, aumentou 68% enquanto em Anchieta cresceu 225%. O mesmo crescimento foi observado nos municípios de Guarapari e Piúma, que fazem parte da área de influência direta da empresa.

O PDF – Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Espírito Santo tem cadastrado mais de 1.200 empresas no estado, sendo que 23% mantém relacionamento permanente com a Samarco. Essas empresas empregam mais de seis mil trabalhadores e faturam cerca de 1 bilhão de reais por ano, gerando impostos para os municípios, estado e país.

O acidente ocorrido em 5 de novembro de 2015 na barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, foi um dos maiores desastres no setor mineral brasileiro, infelizmente com vítimas fatais e sérios danos ambientais, que precisam ser corrigidos. Nesse sentido tem se observado o esforço da empresa em fazer o máximo para diminuir o sofrimento da população envolvida.

Deve-se destacar que a unidade industrial de Anchieta, a população e os fornecedores da região não foram afetados diretamente pelo rompimento da barragem, estando aptos para manter suas atividades e colaborar para minimizar os efeitos negativos da suspensão das atividades da Samarco. No estado de Minas Gerais a empresa teve sua licença de operação suspensa. No estado do Espírito Santo a Samarco está com todas as atividades relacionadas a produção paralisadas, mantendo ações internas, com poucos funcionários, de proteção às instalações e equipamentos.

A maioria dos fornecedores do Espírito Santo que trabalha para a Samarco está com dificuldade para manter os empregos dos seus funcionários. Alguns já fecharam as portas paralisando suas atividades, outros fizeram demissões. Os setores de construção civil, alimentação, hospedagem e comércio em geral de Anchieta, Guarapari e Piúma estão com ociosidade, sofrendo com a diminuição dos negócios. Empresas de metalmecânica e fornecedores de insumos, cal e calcário, envolvendo os municípios de Cachoeiro de Itapemirim e Castelo, estão na mesma situação.

Mantida a paralisação das operações da Samarco teremos perda de renda e queda acentuada na arrecadação das prefeituras e estado, trazendo como consequência o empobrecimento da população, elevando os fluxos migratórios, criando bolsões de pobreza e desvio de investimentos para outras localidades e estados.

Visando a retomada das atividades da Samarco, respeitando a legislação em vigor, um grupo de empresários do sul do estado vem atuando junto à sociedade, lideranças públicas e privadas, com apoio de diferentes entidades de classe, para encontrar uma solução para que, técnica e ambientalmente, a empresa volte a operar, mantendo os empregos importantes, principalmente no momento de crise que atravessa a economia brasileira.

Leia mais

Há boas perspectivas

Estaleiro Jurong Aracruz/ Fonte: Marine Log.

Vivemos um momento de turbulência na economia com a diminuição dos investimentos da Petrobras e Vale que estão afetando diretamente os fornecedores, em especial os capixabas. O momento exige cautela e reflexão, já que soluções tomadas sem estudos e avaliações podem afetar o futuro das empresas.

Crises anteriores trouxeram prejuízos para alguns e ganhos para outros empresários. Aqueles que reduziram custos melhoraram a produtividade com novos equipamentos e processos, identificaram mercados adequados às suas competências, cresceram e se tornaram referência no mercado nacional.

As grandes empresas em operação no estado faturam mais de 50 bilhões de reais por ano e necessitam investir em melhorias contínuas e manutenções que custam mais de 500 milhões de reais anualmente. A participação local nesses fornecimentos de bens e serviços pode ser ampliada.

Como exemplo pode-se citar a área de petróleo e gás. O estado é desde 2008/2009 o segundo maior produtor do país, com mais de 400 mil de barris/dia, consumindo mais de 6 bilhões de reais por ano nas suas operações, principalmente nas atividades offshore, sendo a maior parte atendida por empresas de outros estados ou países.

O investimento em andamento do Estaleiro Jurong (já fabricando sondas) e da Imetame, ambos em Aracruz, do Porto Central, em Presidente Kennedy, da Edson Chouest e Itaóca, em Itapemirim, vão possibilitar às empresas locais ampliarem seus fornecimentos de bens e serviços e se consolidarem nesse setor que tem Petrobras, Shell, StatOil, Perenco, entre outras, como clientes atuais e futuros.

A MECSHOW 2015, evento onde são apresentados e discutidos tecnologias e tendências de mercado, contará com a presença da ONIP, IBP, ABM, ABIMAQ, SHELL, PETROBRAS, BR Distribuidora, Transpetro, Estaleiro Jurong, Imetame, Porto Central, entre outros, representando um reconhecimento importante para a indústria capixaba.

Há boas perspectivas e o futuro depende do nosso esforço com investimento em educação, tecnologia, inovação, divulgação e parceria. Os que forem competitivos vão crescer e perenizar.

Leia mais