O estado do Espírito Santo ocupa 0,5% da área do território brasileiro, tem 1,8% da população e uma participação no PIB de 2,2%. Os investimentos anunciados para o estado, entre os anos de 2014-2018, são superiores a 113 bilhões de reais públicos e privados, distribuídos nos setores de infraestrutura, indústria, comércio e lazer e outros serviços.
Considerando o total de investimentos confirmados por setor (em processo de licenciamento ambiental), verifica-se que 82,5% (mais de 60 bilhões de reais) é destinado para o setor de petróleo e gás, tanto on-shore como off-shore, incluindo estaleiros, porto e bases portuárias, representando uma grande oportunidade para o futuro do estado.
O estado do Espírito Santo possui a segunda maior reserva provada de petróleo no Brasil, com quase 9% do total, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, que responde por mais de 80% das reservas provadas.
Existe grande expectativa de que as atividades de exploração, extração, transporte e beneficiamento de óleo e gás possam gerar profundas mudanças na economia capixaba, não apenas pelo impacto direto que o crescimento do setor terá sobre o PIB estadual, mas também pela possibilidade de irradiação para outras cadeias.
O adensamento do setor petrolífero possibilitará o surgimento de novos setores dentro da economia local como a cadeia petroquímica, fertilizantes, naval e metalmecânica, com investimentos de alto valor agregado, exigindo tecnologia e mão de obra qualificada. Há também um vasto conjunto de atividades demandadas por esta indústria tais como serviços de hotelaria, alimentação, transportes e logística que serão beneficiados com essa atividade.
O fomento das empresas locais para os grandes empreendimentos industriais vem crescendo anualmente. Com a expansão das atividades do PDF-ES (Programa de Desenvolvimento de Fornecedores) a participação local cresceu de 8,5% no período de 1995-1998 para mais de 50% no período de 2010-2014.
Entretanto, os investimentos no setor de petróleo e gás e nas melhorias dos setores de mineração, siderurgia, celulose e energia vão exigir tecnologias ainda não dominadas pelos fornecedores da indústria de base capixaba.
Diante do cenário é necessário buscar ações voltadas para melhorar os setores produtivos, proporcionando-lhes maior agregação de valor, ampliando a participação de seus produtos nos mercados local, nacional e internacional. Tudo isso é essencial para a melhoria da competitividade do estado.
As exportações capixabas são dominadas por produtos básicos e semifaturados, chegando a representar mais 85% do total exportado. As importações são predominantemente de produtos manufaturados, atingindo mais de 80% de todos os bens importados.
É preciso mudar o perfil da balança comercial. Deve-se investir em tecnologia e inovação visando aumentar o valor dos bens e produtos produzidos no estado. Para isso é essencial focar na formação profissional, de nível superior e técnico, principalmente em engenharia.
Atualmente, no mercado internacional, Ásia e Europa são os continentes que mais realizam compras do estado. Entretanto, nos últimos anos, devido ao crescimento populacional, a África vem se tornando o grande foco mundial e potencial mercado.
No cenário nacional os estados da região sudeste apresentam um volume de compra superior a 70%, e esse mercado tende a continuar uma vez que apresentam crescimento contínuo. Entretanto, começa a aumentar a expectativa nas vendas para os estados das regiões norte, nordeste e centro oeste, uma vez que elas apresentaram, nos últimos 10 anos, um crescimento superior às outras regiões e ao Brasil. Além disso, essas regiões vêm recebendo um grande valor de investimentos, apresentando oportunidade de ampliação dos negócios com o Espírito Santo.
O estado capixaba apresenta um leque diferenciado de cadeias produtivas que devem ser trabalhadas para aumentar a inserção competitiva e aproveitar as oportunidades.
Esses aspectos mostram que, para ser competitivo, é necessário que a indústria local desenvolva mercado e produtos, sendo preciso criar condições que garantam um ambiente econômico atrativo que estimule a diversificação, a inovação e valorize a indústria criativa.
Dentro desse contexto a MECSHOW 2014, a ser realizada em julho de 2014, em Carapina, na Serra, apresentará diversos painéis e cursos técnicos, com palestrantes internacionais e nacionais de reconhecida competência nos temas petróleo e gás, indústria naval, energia alternativa e inovação, visando colaborar com o desenvolvimento das empresas e profissionais capixabas.