A Região Sul capixaba possui um papel importante para o desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo. Em seu território a economia se destaca em seus diversos setores.
Em Anchieta, município litorâneo, está localizada a unidade industrial da Samarco no estado, composta por quatro plantas de pelotização de minério de ferro com capacidade de produção de 30,5 milhões de toneladas por ano, responsável por cerca de 7% da produção mundial, e um porto privado, sendo a maior empresa exportadora do Espírito Santo e a 10ª do Brasil.
Anchieta é a quinta maior economia do Estado, com um PIB da ordem de quatro bilhões de reais, representando em 2012, 3,5% da economia capixaba. Também possui o 2º maior PIB per capita do estado e o 7º do Brasil, equivalente a 207 mil reais por habitante.
A Samarco iniciou suas operações no estado em 1977, sendo responsável pela grande alavancagem socioeconômica da região sul. No período de 2002 a 2012, enquanto o PIB do Espírito Santo cresceu 336%, no município de Anchieta teve um aumento de 997%. O estoque de emprego formal do estado, no mesmo período, aumentou 68% enquanto em Anchieta cresceu 225%. O mesmo crescimento foi observado nos municípios de Guarapari e Piúma, que fazem parte da área de influência direta da empresa.
O PDF – Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Espírito Santo tem cadastrado mais de 1.200 empresas no estado, sendo que 23% mantém relacionamento permanente com a Samarco. Essas empresas empregam mais de seis mil trabalhadores e faturam cerca de 1 bilhão de reais por ano, gerando impostos para os municípios, estado e país.
O acidente ocorrido em 5 de novembro de 2015 na barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, foi um dos maiores desastres no setor mineral brasileiro, infelizmente com vítimas fatais e sérios danos ambientais, que precisam ser corrigidos. Nesse sentido tem se observado o esforço da empresa em fazer o máximo para diminuir o sofrimento da população envolvida.
Deve-se destacar que a unidade industrial de Anchieta, a população e os fornecedores da região não foram afetados diretamente pelo rompimento da barragem, estando aptos para manter suas atividades e colaborar para minimizar os efeitos negativos da suspensão das atividades da Samarco. No estado de Minas Gerais a empresa teve sua licença de operação suspensa. No estado do Espírito Santo a Samarco está com todas as atividades relacionadas a produção paralisadas, mantendo ações internas, com poucos funcionários, de proteção às instalações e equipamentos.
A maioria dos fornecedores do Espírito Santo que trabalha para a Samarco está com dificuldade para manter os empregos dos seus funcionários. Alguns já fecharam as portas paralisando suas atividades, outros fizeram demissões. Os setores de construção civil, alimentação, hospedagem e comércio em geral de Anchieta, Guarapari e Piúma estão com ociosidade, sofrendo com a diminuição dos negócios. Empresas de metalmecânica e fornecedores de insumos, cal e calcário, envolvendo os municípios de Cachoeiro de Itapemirim e Castelo, estão na mesma situação.
Mantida a paralisação das operações da Samarco teremos perda de renda e queda acentuada na arrecadação das prefeituras e estado, trazendo como consequência o empobrecimento da população, elevando os fluxos migratórios, criando bolsões de pobreza e desvio de investimentos para outras localidades e estados.
Visando a retomada das atividades da Samarco, respeitando a legislação em vigor, um grupo de empresários do sul do estado vem atuando junto à sociedade, lideranças públicas e privadas, com apoio de diferentes entidades de classe, para encontrar uma solução para que, técnica e ambientalmente, a empresa volte a operar, mantendo os empregos importantes, principalmente no momento de crise que atravessa a economia brasileira.